Fonte do Texto: Jornal Pioneiro - Stefan Ligocki - 31/05/2007 - Ilustrações: FNURP
Pizza, de novo?
As piores expectativas da oposição se tornaram realidade ontem, dia em que foi instalada de fato a CPI dos Pedágios. A relatoria, principal função da comissão, acabou ficando com o deputado Berfran Rosado (PPS), da base aliada ao governo Yeda Crusius (PSDB). A escolha de Berfran, diz a oposição, praticamente sepulta os planos dos articuladores da CPI de realizar um trabalho isento. Há quem diga que a pizza já foi para o forno. Não é só o fato de Berfran ser membro do principal partido aliado do atual governo estadual que incomoda os oposicionistas. Ele também foi secretário no governo Antônio Britto (1995-1998), gestão que implantou o contestado modelo de concessões rodoviárias do Estado. Há ainda outro detalhe que comprometeria a atuação de Berfran, segundo a oposição: ele recebeu R$ 5 mil para sua campanha eleitoral em 2006 de uma empresa que é acionista da concessionária Brita Rodovias. Independentemente das desconfianças da oposição, é fundamental que Berfran, com o auxílio de seus colegas, produza um relatório final técnico e imparcial. Agora, o desafio do relator da CPI dos Pedágios será mostrar aos gaúchos que a comissão não é chapa-branca. Ele garante que não será. É esperar para ver.
Frustração na Assurcon
Após a definição de que Berfran Rosado (PPS) seria o relator da CPI dos Pedágios, a frustração tomou conta dos articuladores da comissão. O presidente da Associação dos Usuários das Rodovias Concedidas do Estado (Assurcon), Juarez Colombo, não conseguia disfarçar o desânimo. - Estou perplexo. Sabia que poderia ter manobra, mas não imaginava que seria tão bem feita - afirmou Colombo ao Mirante ontem, referindo-se à escolha de Berfran para a relatoria. O secretário-executivo do Corede-Serra (PSDB), José Antônio Adamoli, questionou até os critérios do regimento interno da Assembléia: - Como um deputado de um partido que nem assinou a CPI pode virar relator? Essa Casa não quer investigar os contratos dos pedágios. O PSDB também não assinou a CPI e indicou Nelson Marchezan Jr. O mesmo ocorreu com o PTB, que indicou Iradir Pietroski.
Vaias
Na tumultuada instalação da CPI dos Pedágios ontem na Assembléia, a oposição protestou muito contra a decisão do líder da Casa, Frederico Antunes (PP), de proibir o acesso à sala da presidência. Enquanto a CPI era instalada, imprensa, políticos e usuários de rodovias de todo o Estado tiveram de aguardar do lado de fora. Houve vaias e palavras de ordem. Tradicionalmente, a instalação de CPIs ocorre no Salão Júlio de Castilhos, e não em reuniões fechadas. Quem foi à Assembléia ontem ficou com a impressão de que havia algo a esconder.
Protestos
A oposição também protestou muito porque o deputado Gilmar Sossella (PDT), presidente da CPI dos Pedágios, teria sido impedido de conduzir os trabalhos da comissão pelo presidente da Casa, Frederico Antunes (PP). Sossella ainda pediu a suspensão da sessão porque ela estaria invadindo o horário da sessão ordinária, o que não é permitido. Antunes não acatou as reclamações e garantiu à imprensa que tudo ocorreu dentro do que estabelece o regimento interno da Assembléia.
CPI albina
Fundador da Assurcon, o vice-prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho (PDT), repudiou a escolha de Berfran Rosado para a relatoria da CPI dos Pedágios. Alceu estava entre os várias lideranças políticas do Estado que foram à Assembléia ontem à tarde. - É uma CPI albina. Não há alvejante que possa branquear mais essa CPI - reclamou. Apesar do protesto, o pedetista pondera: - Ganhamos, mas não levamos. Apesar de tudo, o importante é que a CPI está criada.
Último reduto
Com a relatoria nas mãos da base aliada ao governo estadual, o deputado Francisco Appio (PP) acredita que a Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos dos Pedágios ganhará força na Assembléia. - Fomos atropelados pelo governo. Essa CPI terá de se empenhar para mostrar que não é chapa-branca. Creio que a Frente será o último reduto para tratar com isenção essa questão dos pedágios - afirma Appio.
CPI na mira da Câmara
A escolha do deputado Berfran Rosado (PPS) para a relatoria da CPI dos Pedágios provocou uma enxurrada de críticas de vereadores na sessão de ontem do Legislativo caxiense. Também poderá causar estragos no PPS de Caxias do Sul. A possibilidade de o vereador Edio Elói Frizzo deixar o PPS ganhou força nos corredores da Casa. Crítico contumaz dos pedágios privados, Frizzo estaria a um passo de abandonar sua sigla para retornar ao PT. O parlamentar nega a hipótese. Na sessão, sobrou até para a governadora Yeda Crusius (PSDB), a quem os legisladores acusaram de conduzir a definição das principais peças da CPI nos bastidores. - Colocar o deputado Berfran na condição de relator é um grande absurdo. Restam à comunidade, às câmaras e à frente parlamentar (de vereadores) a grande mobilização em resposta ao jeito de governar golpista que faz a governadora do Estado - detonou o vereador Deoclecio da Silva (PMDB).
A propósito - Regimento
Pizza, de novo?
As piores expectativas da oposição se tornaram realidade ontem, dia em que foi instalada de fato a CPI dos Pedágios. A relatoria, principal função da comissão, acabou ficando com o deputado Berfran Rosado (PPS), da base aliada ao governo Yeda Crusius (PSDB). A escolha de Berfran, diz a oposição, praticamente sepulta os planos dos articuladores da CPI de realizar um trabalho isento. Há quem diga que a pizza já foi para o forno. Não é só o fato de Berfran ser membro do principal partido aliado do atual governo estadual que incomoda os oposicionistas. Ele também foi secretário no governo Antônio Britto (1995-1998), gestão que implantou o contestado modelo de concessões rodoviárias do Estado. Há ainda outro detalhe que comprometeria a atuação de Berfran, segundo a oposição: ele recebeu R$ 5 mil para sua campanha eleitoral em 2006 de uma empresa que é acionista da concessionária Brita Rodovias. Independentemente das desconfianças da oposição, é fundamental que Berfran, com o auxílio de seus colegas, produza um relatório final técnico e imparcial. Agora, o desafio do relator da CPI dos Pedágios será mostrar aos gaúchos que a comissão não é chapa-branca. Ele garante que não será. É esperar para ver.
Frustração na Assurcon
Após a definição de que Berfran Rosado (PPS) seria o relator da CPI dos Pedágios, a frustração tomou conta dos articuladores da comissão. O presidente da Associação dos Usuários das Rodovias Concedidas do Estado (Assurcon), Juarez Colombo, não conseguia disfarçar o desânimo. - Estou perplexo. Sabia que poderia ter manobra, mas não imaginava que seria tão bem feita - afirmou Colombo ao Mirante ontem, referindo-se à escolha de Berfran para a relatoria. O secretário-executivo do Corede-Serra (PSDB), José Antônio Adamoli, questionou até os critérios do regimento interno da Assembléia: - Como um deputado de um partido que nem assinou a CPI pode virar relator? Essa Casa não quer investigar os contratos dos pedágios. O PSDB também não assinou a CPI e indicou Nelson Marchezan Jr. O mesmo ocorreu com o PTB, que indicou Iradir Pietroski.
Vaias
Na tumultuada instalação da CPI dos Pedágios ontem na Assembléia, a oposição protestou muito contra a decisão do líder da Casa, Frederico Antunes (PP), de proibir o acesso à sala da presidência. Enquanto a CPI era instalada, imprensa, políticos e usuários de rodovias de todo o Estado tiveram de aguardar do lado de fora. Houve vaias e palavras de ordem. Tradicionalmente, a instalação de CPIs ocorre no Salão Júlio de Castilhos, e não em reuniões fechadas. Quem foi à Assembléia ontem ficou com a impressão de que havia algo a esconder.
Protestos
A oposição também protestou muito porque o deputado Gilmar Sossella (PDT), presidente da CPI dos Pedágios, teria sido impedido de conduzir os trabalhos da comissão pelo presidente da Casa, Frederico Antunes (PP). Sossella ainda pediu a suspensão da sessão porque ela estaria invadindo o horário da sessão ordinária, o que não é permitido. Antunes não acatou as reclamações e garantiu à imprensa que tudo ocorreu dentro do que estabelece o regimento interno da Assembléia.
CPI albina
Fundador da Assurcon, o vice-prefeito de Caxias, Alceu Barbosa Velho (PDT), repudiou a escolha de Berfran Rosado para a relatoria da CPI dos Pedágios. Alceu estava entre os várias lideranças políticas do Estado que foram à Assembléia ontem à tarde. - É uma CPI albina. Não há alvejante que possa branquear mais essa CPI - reclamou. Apesar do protesto, o pedetista pondera: - Ganhamos, mas não levamos. Apesar de tudo, o importante é que a CPI está criada.
Último reduto
Com a relatoria nas mãos da base aliada ao governo estadual, o deputado Francisco Appio (PP) acredita que a Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos dos Pedágios ganhará força na Assembléia. - Fomos atropelados pelo governo. Essa CPI terá de se empenhar para mostrar que não é chapa-branca. Creio que a Frente será o último reduto para tratar com isenção essa questão dos pedágios - afirma Appio.
CPI na mira da Câmara
A escolha do deputado Berfran Rosado (PPS) para a relatoria da CPI dos Pedágios provocou uma enxurrada de críticas de vereadores na sessão de ontem do Legislativo caxiense. Também poderá causar estragos no PPS de Caxias do Sul. A possibilidade de o vereador Edio Elói Frizzo deixar o PPS ganhou força nos corredores da Casa. Crítico contumaz dos pedágios privados, Frizzo estaria a um passo de abandonar sua sigla para retornar ao PT. O parlamentar nega a hipótese. Na sessão, sobrou até para a governadora Yeda Crusius (PSDB), a quem os legisladores acusaram de conduzir a definição das principais peças da CPI nos bastidores. - Colocar o deputado Berfran na condição de relator é um grande absurdo. Restam à comunidade, às câmaras e à frente parlamentar (de vereadores) a grande mobilização em resposta ao jeito de governar golpista que faz a governadora do Estado - detonou o vereador Deoclecio da Silva (PMDB).
A propósito - Regimento
Não parece estranho que o regimento interno da Assembléia permita a participação, na CPI dos Pedágios, de deputados que sequer assinaram o pedido de criação da comissão?
* Colaboraram Juliana Almeida, Paula Valduga e Roberto Carlos Dias
* Colaboraram Juliana Almeida, Paula Valduga e Roberto Carlos Dias
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