sábado, 22 de novembro de 2008

MANIFESTAÇÕES COMEÇAM A SURGIR DE TODOS OS RECANTOS DO RIO GRANDE DO SUL



22/11/2008 N° 10303 MIRANTE STEFAN LIGOCKI JORNAL PIONEIRO
O MELHOR CAMINHO É RECUAR
Diante da enxurrada de críticas ao Duplica RS por conta da pressa em que está sendo debatido na Assembléia e das acusações de que a prorrogação das concessões rodoviárias embutida no projeto seria ilegal, não resta outra alternativa ao governo Yeda Crusius (PSDB): é hora de recuar.Para que não reste qualquer dúvida sobre o mérito e a legalidade da proposta, a governadora deve retirar o regime de urgência do texto para que haja mais tempo para um amplo debate.É preciso elogiar a intenção do Piratini em melhorar as castigadas estradas gaúchas o mais rápido possível. Entretanto, por mais que o Duplica RS vá trazer importantes obras às rodovias, a prorrogação dos contratos dos pedágios privados até 2028 é um tema muito complexo para ser debatido em 30 dias. Yeda e a Assembléia não podem cometer os mesmos erros dos governos Antônio Britto e Olívio Dutra, que resultaram no péssimo modelo de concessões que está aí, sem obras vultosas e com tarifa muito alta. A pressa pode custar caro ao governo Yeda e, principalmente, à população.É hora de analisar o Duplica RS com calma, transparência e de forma técnica. Caso contrário, a chance de fracasso é grande.
A PROPÓSITO
Mistério
Para obter adesões ao Duplica RS, o governo Yeda precisa dizer qual é o tamanho do desequilíbrio econômico-financeiro das concessionárias. Quando fará isso?
Infeliz coincidência
A placa da foto chama a atenção de quem passa pelo pedágio comunitário de Portão. A impressão é a de que o governo Yeda já está anunciando a transferência da praça para a iniciativa privada, conforme prevê o texto do Duplica RS que ainda nem foi aprovado pela Assembléia.O Daer explica que a placa informa a mudança da empresa responsável pela cobrança do pedágio. Mesmo que a praça seja administrada pelo Daer, o serviço de cobrança é terceirizado. A empresa Gussil assumiu o trabalho há cerca de dois meses.O Daer garante que a placa será retirada nos próximos dias. Menos mal, pois os opositores do Duplica RS acham que é uma provocação.
O presidente da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, Edio Elói Frizzo (PSB), tem razão em querer reajustar os defasados valores das diárias de viagens da Casa.Contudo, também tem razão o vereador Marcos Daneluz (PT) em reclamar do momento em que está sendo discutido o reajuste, no apagar das luzes da atual legislatura. Afinal, o novo regimento estipula que é a nova legislatura quem deve definir os valores das diárias, como tem insistido Daneluz.Portanto, o reajuste é justo, deve ser aprovado, mas não neste momento.
Se a Mesa Diretora da Casa queria reajustar as diárias ainda nesta legislatura, deveria ter feito isso bem antes. Ao que parece, o receio de alguns parlamentares de se desgastar antes da eleição falou mais alto.O resultado é um debate que já desgastou a imagem da Casa. A discussão inoportuna confirma o quanto a atual legislatura da Câmara não tem maturidade política suficiente para buscar consenso em torno de temas polêmicos.
A Agergs fala
Depois de ser solenemente ignorada pelo governo Yeda no texto do Duplica RS, a Agergs resolveu se manifestar sobre o projeto.Em nota enviada na sexta-feira à coluna, a agência criada para fiscalizar as concessões no Estado se coloca à disposição das partes envolvidas no processo “com o objetivo de tratar o tema de modo construtivo, buscando um resultado que seja compatível com as demandas da sociedade gaúcha”.No texto, a Agergs também esclarece “que sua contribuição é exclusivamente técnica, uma vez que não lhe compete tratar de política de governo para o setor, o que é imanente ao governo e ao Parlamento”.Em tempo: apesar do texto polido, a nota deixa claro que a Agergs está incomodada de não ter sido chamada pelo governo estadual para participar do debate sobre o Duplica RS.
Fogo amigo
Em meio às duras críticas ao Duplica RS por lideranças políticas da Serra, duas vozes têm chamado a atenção: a do vereador caxiense Francisco Spiandorello e a do secretário-executivo do Corede-Serra, José Adamoli.Filiados ao PSDB de Yeda, os dois não se furtam de questionar o Duplica RS, mesmo causando desconforto ao governo da correligionária.

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