quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O QUE ESCONDEM OU TEMEM OS DEPUTADOS DA BASE ALIADA AO GOVERNO ESTADUAL PARA TER TOMADO A DECISÃO DE ENTERRAR A CPI DOS PEDÁGIOS?

Stefan Ligocki - 10/10/2007 -
Como enterrar uma CPI
Junte um regimento interno absurdo e antiquado, uma maioria de deputados que esvazia sessões de forma sistemática e uma base governista que não está nem aí para o que pensa a população e pronto: eis a receita para acabar com uma CPI. Foi assim que a CPI dos Pedágios foi enterrada ontem. Depois de mais duas tentativas de votar o pedido de prorrogação por 60 dias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), não houve quórum por conta do esvaziamento das sessões pela base aliada ao governo estadual. O pedido voltou às mãos do presidente da Assembléia, Frederico Antunes (PP), que repassou a batata quente. O presidente da CPI, Gilmar Sossella (PDT), recebeu de volta o processo. Ocorre que, na CPI, a base aliada deve, de novo, boicotar a votação. Ou usar sua maioria para votar contra a prorrogação da comissão que está marcada para terminar na sexta-feira. Para o deputado Francisco Appio (PP), enquanto não houver a mudança do regimento interno da Casa, a base aliada vai usar o meio legal de esvaziar as sessões para implodir votações. Ontem à tarde, o relator da CPI, Berfran Rosado (PPS), convocou uma sessão extraordinária para quinta-feira para apresentar o seu relatório final. A oposição não acredita no relatório, pois não foram ouvidos pela CPI sequer os ex-diretores do Daer que elaboraram o contestado modelo gaúcho de concessões.
Haja paciência
Agora que a CPI dos Pedágios está morta, não há mais nada que impeça o Piratini de apresentar, enfim, a proposta de realização de grandes obras no pólo de Caxias pela concessionária Convias, certo? Errado. Segundo o secretário estadual de Infra-estrutura e Logística, Daniel Andrade, o governo ainda está finalizando o Duplica RS, no qual estão incluídas as obras na região da Serra. - Aguardamos também a aprovação do ajuste fiscal na Assembléia para botar tudo isso em prática. Serão investidos R$ 2,9 bilhões em 1.426 quilômetros de estradas no Estado - repete Andrade, insistindo que não é a CPI dos Pedágios que está atrasando o Duplica RS. Já são três meses desde que a governadora Yeda Crusius (PSDB) anunciou a intenção de resolver a questão dos pedágios na Serra.
Ironia
A CPI dos Pedágios, que deveria ter 120 dias - sem a prorrogação de 60 dias - , não vai ter nem isso. É que sexta-feira, dia 12, é feriado. E é exatamente por causa do feriado é que o deputado Berfran Rosado (PPS) vai apresentar seu relatório final amanhã, no 119º dia de trabalho da comissão. A oposição reclama que, além de não permitir a prorrogação dos trabalhos da comissão, a base aliada ao governo Yeda ainda vai tirar um dia de trabalho da CPI. Até ontem, a oposição esperava que a CPI acabasse no dia 15 por causa do feriado.
O presidente da CPI dos Pedágios, Gilmar Sossella (PDT), entrou com novo recurso no Tribunal de Justiça (TJ) ontem para tentar garantir a votação do pedido de prorrogação da comissão no plenário da Assembléia. A decisão ainda não havia saído até o fechamento desta coluna.- Ontem, no plenário da Assembléia, a deputada Marisa Formolo (PT) fez um último apelo para que o presidente da Casa, Frederico Antunes (PP), pusesse o pedido de prorrogação da CPI dos Pedágios em votação. Foi ignorada solenemente.
A propósito - Pizza
O que escondem ou temem os deputados da base aliada ao governo estadual para ter tomado a decisão de enterrar a CPI dos Pedágios?

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