quarta-feira, 11 de julho de 2007

A REAÇÃO NEGATIVA DA POPULAÇÃO

Stefan Ligocki - 11/07/2007
Ação & reação
Mesmo que inclua a realização de obras importantes de infra-estrutura e desconto de 50% na tarifa de pedágio, repercutiu muito mal na Serra a proposta do governo Yeda Crusius (PSDB) de fechar os desvios de pedágio. Ao tomar conhecimento da reação negativa da população, ontem Yeda e o secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, já começaram a pensar em alternativas. Ainda não há nada de concreto, mas tudo indica que pelo menos a situação de Vila Cristina será revista. Conforme a proposta negociada entre o Piratini e a Concessionária Convias até o momento, a localidade caxiense ficaria isolada do restante da cidade por conta da transferência da praça de pedágio. Com a mudança, os moradores teriam de pagar R$ 10,60 para ir e voltar ao centro de Caxias, por exemplo - uma situação insensata que o governo estadual já admite rever. - Vamos achar a melhor solução possível para a sociedade - afirmou ontem Andrade à coluna. A declaração do secretário indica também que a proposta apresentada na segunda em Caxias não está finalizada. Há quem diga até que Yeda antecipou o anúncio que seria feito no dia 18 para medir até que ponto a proposta seria aceita pela população. Teve sua resposta rápido.
Faltou informação
Ontem pela manhã, o vereador caxiense Edio Elói Frizzo (PPS) recebeu um telefonema da governadora Yeda. Segundo Frizzo, a tucana queria entender as razões de ter repercutido tão mal o anúncio das obras para Caxias no dia anterior. Frizzo explicou que os moradores reagiram mal porque não aceitam o modelo de pedágio privado. Nesse momento, Yeda teria dito que tal postura seria "fundamentalista". À tarde, informada da repercussão ruim da proposta, Yeda reuniu-se com o secretário Daniel Andrade para avaliar alternativas à situação. O episódio sugere que o governo estadual precisa se comunicar melhor com as lideranças da Serra para obter mais dados sobre a polêmica dos pedágios. Por mais que o Piratini queira resolver o impasse logo, é preciso mais informação.
Acordo de dois governos
A denúncia da deputada Marisa Formolo (PT), que sacudiu a CPI dos Pedágios, segue rendendo debates na Assembléia. Na reunião de segunda, ela apresentou um documento que comprovaria a tese de que o grupo paulista Equipav-Bertin só comprou o Consórcio Univias porque tinha a garantia de que os contratos dos pedágios seriam prorrogados. Ontem, Marisa contestou o secretário Daniel Andrade, que qualificou a denúncia de absurda. No discurso, Marisa também envolveu o governo Germano Rigotto (PMDB) na denúncia: - Lamento que tenhamos tido que fazer a CPI para descobrir um documento em que já há um pacto entre o governo passado e o atual para prorrogar os pedágios. Durma-se com um barulho desses.
Sem projeto
Se assim quiser, a governadora Yeda pode encaminhar a prorrogação dos contratos dos pedágios sem passar pela aprovação da Assembléia. É o que disse o secretário Daniel Andrade ao Mirante. Contudo, ele garante que, por uma questão de respeito político, a proposta deve passar pela Casa. - Se o governo realmente optar por esse caminho, o que não está certo ainda, nós vamos enviar para a Assembléia, sim - confirma Andrade. Ontem, em discurso na Casa, o deputado Francisco Appio (PP), coordenador da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Pedágios Privados, voltou a revelar o temor de que o Estado não envie o projeto para a Assembléia.
Má impressão
Enquete feita pelo Mirante com 55 internautas sugere que o governo Yeda Crusius (PSDB) não está sendo aprovado pela população. Diante da pergunta "Como você avalia os primeiros seis meses do governo Yeda?", 83,64% (46 votos) acham que está pior do que o esperado. Outros 14,55% (8 votos) acreditam que está dentro da expectativa e apenas 1,82% (1 voto) crê que está melhor do que o esperado. A enquete foi feita antes do anúncio de obras e fim dos desvios de pedágio na região.
A propósito - Desvios
Se o governo estadual não incluir o fechamento dos desvios de pedágio na proposta negociada com a Convias, qual será sua contrapartida à concessionária?

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