domingo, 15 de julho de 2007

O DIREITO DAS ALTERNATIVA


Tenho esperanças de que a governadora Yeda Crusius (PSDB) volte atrás nesta questão do fechamento das estradas alternativas, porque o anúncio que ela fez na segunda-feira, na CIC, fere, sem dúvida, o direito de ir e vir e de cidadania das pessoas. (Por João C. Garavaglia - Foto por Luiz Chaves)
Alceu: “somos contrários ao fechamento das estradas alternativas
O acordo estabelecido com a Convias, a portas fechadas, sem a participação da Assembléia, das entidades ligadas ao tema, da sociedade, é um ato arbitrário, que vem de cima para baixo, sem diálogo, uma imposição. E o mais grave, o anúncio vem no momento em que a Assembléia Legislativa abre uma CPI para analisar os contratos, a maneira como os pólos foram instalados, estando, portanto, sob suspeita de irregularidades. É como se a CPI fosse desautorizada pelo governo, que deveria ser o primeiro a preservá-la. As estradas alternativas existem e sempre fazem parte de contratos em países do primeiro mundo, como na Europa e nos EUA, dando aos usuários das grandes rodovias esta opção. A diferença é que as praças de pedágio por lá funcionam mesmo, são rodovias supermodernas, onde as empresas que assumem realizam todas as obras, não apenas fazem a manutenção, como acontece por aqui, mas também têm uma notável estrutura em termos de atendimento, segurança aos usuários em caso de acidentes ou outros empecilhos. Aqui, além das concessionárias não executarem obras, apenas remendos, e darem pouca segurança aos usuários, com a ajuda do governo pretendem mudar de local e acabar com as estradas alternativas, uma delas que custou cerca de R$ 1 milhão, paga pela comunidade de Farroupilha. Uma vergonha! Volte atrás governadora! No mínimo respeite a CPI da Assembléia.

ALCEU
O Vice-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), histórico crítico das praças de pedágio, desde os tempos em que era presidente da ASSURCON-SERRA, foi mais incisivo na questão do anúncio da governadora. Depois de dizer que “se trata de um absurdo”, afirmou que “somos frontalmente contrários ao fechamento das estradas alternativas, a prorrogação dos contratos e tudo que vier em prejuízo à nossa comunidade”. Para Barbosa Velho “a sociedade tem que se unir para impedir que isso ocorra” A vereadora Geni Peteffi (PMDB) também se posicionou contrária lembrando “que o prefeito Sartori também não é favorável ao fechamento das estradas alternativas”.

SARTORI
Sabe-se que setores da sociedade caxiense gostariam que o prefeito Jose Ivo Sartori (PMDB) tivesse assumido uma postura mais forte e contundente diante do anúncio do fechamento da estrada alternativa e a mudança da praça de pedágio em Vila Cristina território de Caxias do Sul. Esperavam que o prefeito dissesse em alto e bom som: “Enquanto eu for prefeito de Caxias não admitirei a mudança da praça e nem o fechamento da estrada alternativa, pois estas medidas trarão prejuízos aos moradores daquela localidade e a milhares de motoristas de Caxias do Sul”.

DESGASTES
Sartori, porém, tomou uma atitude cautelosa, como ele mesmo diz, alegando que ainda não existe nada de concreto e que quando o fato passar do concreto para o real, ele deve tomar posição lembrando que todas as vezes que os interesses públicos de Caxias estão em jogo, ele sempre tomou posturas. É de se aguardar, embora alguns analistas acreditam que neste episódio, ao menos no momento, ele saiu um tanto chamuscado.

CANAL
Deve-se, porém, analisar também pelo lado político onde, hoje, Sartori é talvez o único canal existente em Caxias junto à governadora Yeda Crusius e que o seu partido, o PMDB, a apóia incondicionalmente. Mas é evidente que nesta questão dos pedágios, os desgastes políticos são fortíssimos, pois o anúncio da governadora em Caxias causou uma grande comoção e indignação.

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