segunda-feira, 12 de março de 2007

SECRETÁRIO FALA COMO SE TUDO ESTIVESSE ACERTADO PARA A PRORROGAÇÃO DOS PEDÁGIOS













Stefan Ligocki, 12/03/2007 - Pioneiro
Fim dos desvios?
É bom os usuários das rodovias pedagiadas do Estado prepararem o bolso. Se o governo estadual conseguir aprovar a prorrogação dos contratos dos pedágios privados na Assembléia, é bem provável que os desvios dos pedágios sejam fechados. - Temos que atender todas as frentes nesse processo (da prorrogação). Mas se formos fazer um conjunto de melhorias nas estradas agora, que vai demandar investimentos pesados das concessionárias, de alguma forma elas terão que ter garantidas as suas receitas - sinalizou o secretário estadual de Infra-estrutura e Logística, Daniel Andrade, à coluna ontem. A questão das rotas de fuga é o ponto central do debate sobre a prorrogação. A Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR) alega que o desequilíbrio econômico-financeiro das empresas está diretamente ligado ao prejuízo causado pelos desvios de pedágio. A Associação dos Usuários das Rodovias Concedidas do Estado (Assurcon) sustenta que as rotas de fuga apenas garantem o direito de ir e vir dos usuários. O desafio do governo estadual será fechar essa equação que, à primeira vista, parece insolúvel.
Comissão
O secretário Daniel Andrade informa que esteve na Assembléia na última quinta-feira, dia em que confirmou a intenção do Estado em prorrogar os pedágios, para solicitar ao presidente da Casa, Frederico Antunes (PP), a criação de uma comissão para tratar do assunto. - A nossa intenção é que a Assembléia centralize as discussões que o governo quer ter com a sociedade sobre a nossa proposta (de prorrogação dos contratos). Estamos numa fase de definir quais serão as obras prioritárias em caso de prorrogação - afirma Andrade, sem adiantar as obras para não prejudicar as futuras discussões.
Pressa
A Assurcon também será chamada para o debate que Daniel Andrade quer promover na Assembléia. O secretário assegura ainda que outras associações deverão ser convocadas para o debate. Andrade pretende começar as discussões em torno do projeto do governo nesta semana, assim que o deputado Frederico Antunes formar a comissão na Casa. O objetivo é concluir o debate até o fim de maio. - Queremos as máquinas na pista ainda no primeiro semestre deste ano - adianta.
Luz
A possibilidade de instalação da CPI dos Pedágios na Assembléia não preocupa Daniel Andrade. No entanto, o secretário admite que a criação da comissão pode complicar os planos do Piratini de prorrogar contratos. - O Parlamento é autônomo e pode cumprir seu papel fiscalizador. Mas uma CPI pode retardar um processo de melhorias nas nossas estradas. Uma CPI jogará um farol para iluminar o passado. Nós estamos tentando, com uma proposta ousada de desenvolvimento, jogar uma luz no futuro. Ou modernizamos as estradas ou permanecemos nessa mediocridade - argumenta Andrade.
Semântica
Assessores próximos da governadora Yeda Crusius (PSDB) levantaram dúvidas sobre o real significado do "A propósito" da coluna de sábado, o qual questionava que conseqüência teria a prorrogação dos contratos dos pedágios numa eventual campanha à reeleição da tucana em 2010. Com o questionamento, o Mirante apenas especulou sobre as possíveis dificuldades eleitorais que Yeda enfrentaria em 2010 em função do desgaste por conta da prorrogação dos pedágios, já que a população tem se colocado contra essa iniciativa do Estado. - Em tempo: integrantes do governo estadual teriam interpretado o "A propósito" da coluna como uma insinuação de que Yeda poderia vir a receber apoio financeiro de concessionárias em sua campanha à reeleição, algo que o Mirante não quis dizer em qualquer momento.

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