terça-feira, 9 de dezembro de 2008

UMA PROPOSTA MAIS DO QUE ENGANOSA. OS VALORES SERÃO REPASSADOS PARA OS PREÇOS FINAIS E O POVO VAI PAGAR A CONTA NOVAMENTE.

09/12/2008 N° 10291 DUPLICA RS PIONEIRO
Projeto prevê dois aumentos de tarifas para veículos comerciais até 2011.
Proposta de redução de 20 no preço do pedágio na prática significa um acréscimo
de pelo menos 31.
Porto Alegre
– O projeto do governo do Estado que autoriza a prorrogação das concessões de pedágio prevê dois aumentos da tarifa básica de veículos comerciais. Até 2011, o valor vai ser reajustado em 43%. A tarifa básica, corrigida anualmente por um índice elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é usada como base no cálculo do preço cobrado nas praças. Um reajuste desse valor representa aumento no preço pago pelo usuário na cancela. Hoje, a tarifa básica comercial está em R$ 2,66. Com a aprovação da proposta, ela cai para R$ 2,44. Em 2010 e 2011, volta a subir por conta de dois aumentos previstos no texto encaminhado pelo Palácio Piratini. Em janeiro de 2010, sobe para R$ 2,91, e chega a R$ 3,49 no ano seguinte. Na prática, como resultado do aumento da tarifa básica, um proprietário de veículo com seis eixos, que paga hoje R$ 20,50, passará a desembolsar no mínimo R$ 27,01 em janeiro de 2011. Já a tarifa para caminhão de nove eixos passará de R$ 41,20 para R$ 54. Nos dois casos, o aumento é de, no mínimo, cerca de 31%. Com a possibilidade de alta da inflação, será maior, uma vez que não estão incluídas nessa variação as correções anuais do índice da FGV previstas nos contratos. Os aumentos de 2010 e 2011 contrastam com o principal trunfo usado pelo governo para angariar simpatia à proposta: a redução de 20% sobre a tarifa básica de passeio e comercial assim que a prorrogação dos contratos até 2028 for assinada. Segundo a Secretaria de Infra-estrutura e Logística, a intenção é acabar com o subsídio cruzado, efeito pelo qual os veículos de passeio pagam parte das tarifas dos veículos comerciais. O coordenador do Duplica RS, Gustavo Leuck, afirma que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) calcula que a tarifa básica comercial tem de ser duas vezes superior à de passeio. No Estado, a diferença é hoje de 25%. O presidente da Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR), Paulo Oiama, defende os aumentos da tarifa básica para veículos comerciais em 2010 e 2011. Ele argumenta que os veículos de passeio pouco prejudicam o asfalto em comparação com os caminhões. – O projeto do governo acaba com o subsídio entre os veículos leves e de carga – diz Leuck. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística (Setcergs), Sérgio Gonçalves Neto, classifica a proposta como “péssima”: – Em vez de se reduzir a tarifa do caminhão, que transporta a riqueza do país, ela será mais onerada. Isso será repassado para os preços finais. O Duplica RS deve ser votado pela Assembléia Legislativa dia 16.

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