Em troca, obras nas rodovias
Fonte: Jornal Pioneiro de 20 de janeiro de 2007
LEANDRO RODRIGUES*
Porto Alegre - Um grupo formado dentro da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura e Logística traçará o futuro de 1,8 mil quilômetros de rodovias pedagiadas. O governo oferece a prorrogação dos contratos de concessão em troca de melhorias e ampliações nas estradas. - O programa de concessão de rodovias cumpriu um papel no passado, deu manutenção, sinalizou, ofereceu segurança. Agora, é preciso um novo ciclo, com melhorias estruturais - afirma o titular de Infra-Estrutura e Logística, Daniel de Moraes Andrade. Um grupo de estudo na secretaria avaliará como isso será praticado, ainda sem prazo definido. A idéia tenta resolver um impasse antigo. É dever do Estado revisar os contratos para corrigir as contas das concessionárias. Isso foi adiado quatro vezes nos últimos seis anos. Para chegar a um acordo, apresentou-se uma idéia que atende a uma reivindicação das empresas, a prorrogação da concessão, que terminaria em 2013. A Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR) gostou. - Somos partidários da idéia de que, em uma concessão, são necessários investimentos rápidos. Depois, ao longo do tempo, é que se recupera esse valor com o pedágio. As concessionárias deverão buscar, se necessário, financiamentos - disse o presidente da
Porto Alegre - Um grupo formado dentro da Secretaria Estadual de Infra-Estrutura e Logística traçará o futuro de 1,8 mil quilômetros de rodovias pedagiadas. O governo oferece a prorrogação dos contratos de concessão em troca de melhorias e ampliações nas estradas. - O programa de concessão de rodovias cumpriu um papel no passado, deu manutenção, sinalizou, ofereceu segurança. Agora, é preciso um novo ciclo, com melhorias estruturais - afirma o titular de Infra-Estrutura e Logística, Daniel de Moraes Andrade. Um grupo de estudo na secretaria avaliará como isso será praticado, ainda sem prazo definido. A idéia tenta resolver um impasse antigo. É dever do Estado revisar os contratos para corrigir as contas das concessionárias. Isso foi adiado quatro vezes nos últimos seis anos. Para chegar a um acordo, apresentou-se uma idéia que atende a uma reivindicação das empresas, a prorrogação da concessão, que terminaria em 2013. A Associação Gaúcha de Concessionárias de Rodovias (AGCR) gostou. - Somos partidários da idéia de que, em uma concessão, são necessários investimentos rápidos. Depois, ao longo do tempo, é que se recupera esse valor com o pedágio. As concessionárias deverão buscar, se necessário, financiamentos - disse o presidente da
AGCR, Marcos Picarelli.
*Colaboraram Graziela Andreatta e Tríssia Ordovás Sartori
Previsão de obras na BR-116
O Estado promete ouvir os envolvidos para avançar no plano. Na próxima semana, o secretário de Infra-estrutura e Logística, Daniel Andrade, conversará com a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delgados do Estado (Agergs). Por enquanto, ainda não se sabe onde haveria duplicação ou apenas ampliações da pista. Um estudo técnico do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), em parceria com as empresas, definiria os trechos submetidos a obras. Mas o presidente da (AGCR), Marcos Picarelli, adianta locais onde a ampliação, por duplicação ou terceira faixa, poderia ser iniciada.
- A BR-116, até Barra do Ribeiro, em Caxias do Sul e na chegada a Vacaria; a BR-386, entre Tabaí e Estrela e a RS-287, na chegada a Santa Cruz do Sul são exemplos da necessidade - explicou Picarelli.
Os gargalos no pólo de Caxias do Sul
O pólo de pedágios de Caxias do Sul tem quatro praças de cobrança. A proposta anunciada do governo - de trocar a prorrogação do contrato de concessão por melhorias e ampliações nas estradas - afetaria diretamente a região. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) ainda vai fazer um levantamento de quais obras seriam necessárias, sem prazo de realização. Mas o Pioneiro entrou em contato com entidades de usuários e motoristas, que sugerem quais melhorias gostariam que as concessionárias fizessem:
Praça de Flores da Cunha
Rodovia: RS-122
Trecho abrangido: Caxias (viaduto de acesso a Flores da Cunha) até Antônio Prado (entrada do município)
O que falta fazer:
Construir uma rótula, com viadutos, para melhorar o entroncamento com a RST-453 (Rota do Sol)
Reconstruir a pista em vez dos recapeamentos de pequenos trechos, que provocam desníveis em diversos pontos
Melhorar acostamentos
Construir acostamentos nas proximidades do bairro Santa Fé, em virtude das moradias na beira do rodovia
Praça de Farroupilha
Rodovia: RS-122
Trecho abrangido: Caxias (Forqueta) até Nova Milano (saída do município)
O que falta fazer:
Nivelar a pista da direita (no sentido Caxias-Farroupilha), que tem ondulações em todo o trecho de concessão
Reformular a rótula do Km 161 (Tramontina) para melhorar o acesso de quem vai em direção a Porto Alegre
Praça de São Marcos
Rodovia: BR-116
Trecho abrangido: Caxias (viaduto da BR-116, perto da Eberle) até Campestre da Serra (entrada do município)
O que falta fazer:
Duplicar a estrada para melhorar a segurança nas curvas
Construir acostamentos e guard rails
Substituir o asfalto atual por outro mais espesso e resistente, que evite infiltrações na pista
Praça de Vila Cristina
Rodovia: BR-116
Trecho abrangido: Caxias (distrito de Vila Cristina) até Nova Petrópolis (viaduto na entrada do município)
O que falta fazer:
Duplicar parte do trecho, onde a pista é simples, devido ao grande movimento de caminhões
Construir acostamentos nos trechos mais altos
Fazer contenção nas encostas.
Entidades da região contestam contrato
A possibilidade de melhorar as condições das estradas nos trechos concedidos não é argumento suficiente para convencer a Associação dos Usuários de Rodovias Concedidas (Assurcon). O presidente da entidade na Serra e no Rio Grande do Sul, Juarez Colombo, discorda da prorrogação dos contratos. - Nunca fizeram nem manutenção. Por que agora seria diferente? Isso é blefe - alfineta. Colombo lembra que todas as vezes em que as concessionárias foram cobradas por não realizarem obras novas nas rodovias, alegaram que essa não era sua atribuição e, sim, do Estado. Por isso, ele duvida que ocorra alguma mudança na postura das empresas, mesmo que haja mudança nos contratos. Para o diretor do departamento dos caminhoneiros da Associação dos Motoristas São-Marquenses, Cláudio Machado Silveira, o problema dos pedágios é o preço. - É claro que as concessionárias precisam fazer manutenção nas estradas mas, para quem trabalha com transporte, o maior problema é o custo. Pelo valor que cobram, elas deveriam fazer mais investimentos - reclama. Antes de renovar contratos com as concessionárias, Silveira defende que o Estado se reúna com as entidades ligadas ao setor para debater as cláusulas: - Se eles mantiverem a mesma linha, daqui a três anos não poderemos mais sair de casa.
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