quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

A RÉGIS BITTENCOURT CLAMA POR SOCORRO >> O GOVERNO PRECISA ASSUMIR SUA FUNÇÃO DE GESTOR

Áurea Rangel
O que é ruim pode ficar ainda pior. E não se trata de um pensamento pessimista. Mas ele é conseqüência do descaso de nossos governantes com a vida. Se o governo federal estava de parabéns por ter movimentado de maneira mais efetiva a questão das privatizações de rodovias, agora ele novamente faz o papel de vilão ao abandonar à própria sorte os usuários de uma das mais castigadas rodovias do País, a Régis Bittencourt. As ações paliativas promovidas nos quilômetros mais críticos desta estrada não a tornaram trafegável. Longe disso.
A BR 116, especialmente no trecho entre Miracatu e a divisa com o Paraná, onde está a Serra do Cafezal, é uma calamidade pública. E o pior: se já não sofria intervenções necessárias nos quesitos pavimento e sinalização, imaginem agora, pós-batida de martelo das novas concessões rodoviárias.
Porém, os espanhóis da OHL só assumem o efetivo em fevereiro. E, mesmo assim, terão seis meses para executar as obras mais que necessárias. Mas e até lá? O mandatário público já lavou as mãos? Parece que sim. Segundo estimativas da Polícia Rodoviária Federal, nos 162 quilômetros da Régis Bittencourt entre as cidades de Juquiá e Barra do Turvo, por exemplo, acidentes provocados por buracos aumentaram cinco vezes em novembro, logo após os leilões.
Os usuários que costumam trafegar pela inóspita rodovia confirmam: depois que a privatização foi acertada, o pouco que se fazia em termos de consertos e remendos acabou. Ninguém arrumou mais nada.
O governo federal parece não entender que o maior risco que sofre o motorista ao trafegar em rodovias como a Régis Bitencourt não é o de ter um pneu estourado ao cair em um dos nada sutis buracos do verdadeiro queijo suíço no qual se transformou esta BR. O risco maior é o de perder a vida por conta da negligência estatal.
Trafegar pela Régis Bittencourt é uma roleta-russa. Sem esquecer que o período de férias ainda nem começou.
É triste lembrar que esta é a principal via de acesso entre o Sul e o Sudeste do País e a rota dos caminhões que transportam para o Mercosul.
Áurea Rangel é mestre em engenharia de materiais e especialista em sinalização horizontal e infra-estrutura viária.

Um comentário:

Anônimo disse...

Governo Vagabundo sem vergonha que come o nosso dinheiro todo e não faz nada em pró do seu povo, so sabe esplora e enfiar nosso dinheiro no....