segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

NÃO PODEMOS TRANSFERIR MAIS NADA PARA AS TARIFAS

Stefan Ligocki - 28/01/2008
Sem Aumento de Pedágio
O diretor-presidente do Grupo Univias/Convias, Mário Baltar, garante: a nova lei que criou o controle online do fluxo de veículos nas praças de pedágio não vai aumentar o valor da tarifa.- De maneira alguma vamos transferir essa conta para os usuários. Não podemos transferir mais nada para as tarifas - afirmou Baltar em entrevista ao Mirante.A declaração do presidente do Univias vai na contramão do que tem dito a direção da Associação Gaúchas das Concessionárias de Rodovias (AGCR). Há pouco mais de uma semana, o presidente da AGCR, Paulo Oiama, havia dito à coluna que os investimentos das empresas "gerariam necessariamente um custo". Baltar vai além: sustenta que o valor do pedágio pode até baixar a curto prazo. As concessionárias estão aguardando um estudo que está sendo feito pelo governo estadual e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para apurar qual é o tamanho exato do desequilíbrio econômico-financeiro das concessões. Esse estudo deve estar pronto até meados de fevereiro. Segundo o presidente do Univias, a meta é tentar reduzir o valor das tarifas ao final desse trabalho. - O governo quer inserir novas obras nos contratos e adequar as tarifas, que são a grande reclamação da população. Queremos colaborar para tentar reduzir as tarifas - adianta Baltar.No entanto, para garantir a viabilidade do negócio, as empresas querem compensações. É aí que estão as maiores dificuldades na negociação com o governo e sobretudo com a sociedade.
Questão de...
De acordo com Mário Baltar, as medidas compensatórias passam mesmo pela inviabilização dos desvios de pedágio, a alternativa mais viável para compensar supostas perdas com o desequilíbrio dos contratos.- O governo não tem condições de pagar as concessionárias e nós não queremos reduzir a qualidade dos serviços aos usuários. Pelo contrário, queremos melhorar. A prorrogação dos contratos poderia ser uma alternativa também, mas a população não quer isso agora. Então sobram os desvios - pondera.
...justiça
O presidente do Univias sustenta que não é mais possível conviver com o que chama de "rotas de fuga".- Não é justo que alguém use a estrada e seus serviços, como uma ambulância, e não pague nada por isso. Em Vila Cristina, por exemplo, há usuários que só saem da estrada na hora de passar pela praça, na hora de pagar o pedágio. Isso é usar uma rota de fuga - reclama. Baltar tem uma parcela de razão. Os usuários podem até reclamar do preço elevado da tarifa, mas não é mesmo correto usar os serviços da estrada e não pagar nada por isso.
Compensações aos usuários
Ainda que reclame dos desvios de pedágio, Mário Baltar argumenta:- Rota alternativa é um direito da sociedade e têm que existir. Eu me refiro às rotas de fuga, como no caso que citei (Vila Cristina). Baltar confirma que a Convias pretende deslocar a praça de Vila Cristina tão logo feche o novo acordo para o pólo de Caxias com o governo Yeda Crusius (PSDB). Contudo, assegura que a comunidade de Vila Cristina não será prejudicada na negociação:- Não queremos causar qualquer desconforto à Vila Cristina. Vamos compensar os moradores. Estamos aguardando o Estado concluir o estudo do desequilíbrio para ver o tamanho do desconto que podemos conceder na tarifa. Pode ser até de 100%. Estamos avaliando.

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