Dez anos após o início da cobrança, o pedágio no Paraná mostrou-se um grande negócio – para as concessionárias. Balanços revelam que cinco das seis concessionárias que administram 2,5 mil quilômetros de rodovias começaram a operar no azul antes da previsão contratual. Até o final de 2007, o lucro chega a R$ 238,9 milhões, em valores corrigidos. Uma das concessionárias já distribuía lucros em 2000, apenas dois anos após o início da cobrança. Se os lucros vieram antes, as obras – razão principal da privatização das estradas, alegava o grupo político que governava o Estado em 1998 – ficaram para depois. Poucos meses após implantar o pedágio, o ex-governador Jaime Lerner – então candidato à reeleição – reduziu os preços em 50%. As concessionárias foram à Justiça, e conseguiram o direito de interromper todas as obras em andamento nas rodovias. A situação manteve-se inalterada por mais de um ano. Em 2000, um termo aditivo aos contratos de concessão reajustou as tarifas em 116%. Apesar disso, as concessionárias livraram-se de obrigação de construir 487 quilômetros de duplicações, contornos, marginais e terceiras faixas. Outras obras importantes tiveram o prazo de entrega postergado para o final do prazo de concessão, que é de 25 anos. Ao desmembrar os balanços, o DER constatou que a Viapar, que administra rodovias nas regiões Noroeste e Oeste, começou a operar com lucros cinco anos antes do previsto, e já distribuiu R$ 53,6 milhões a acionistas. O contrato estipulava que o lucro só viesse a ocorrer a partir de 2005. É situação semelhante à da Ecovia, que gerencia rodovias no Litoral do Estado. A empresa está no azul desde 2003, três anos antes do previsto em contrato. Desde então, R$ 78,9 milhões foram distribuídos pela empresa aos acionistas. Já as concessionárias Econorte, que opera no Norte e Norte Pioneiro, Rodovia das Cataratas (região Oeste) e Caminhos do Paraná (que administra rodovias nos Campos Gerais) deveriam lucrar apenas ao final deste ano. Contudo, as três juntas já entregaram R$ 94,1 milhões a seus acionistas. A única empresa que não chegou antes aos lucros, a Rodonorte, também já opera no azul. Em 2007, R$ 12 milhões foram divididos entre os acionistas.
Fonte: Bondenews-Paraná
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