segunda-feira, 24 de março de 2008

PARA QUE SERVE O DAER?

A Rosane de Oliveira, colunista política do jornal Zero Hora em sua coluna de sexta-feira (21) criticou o DAER – Departamento Estadual de Estradas de Rodagem por permitir irregularidades como a apontada do engenheiro que fornecia laudo de vistoria sem examinar o veículo.
O órgão passou vários dias dando explicações e divulgação de nota em jornal (e isto custa dinheiro público) prometendo que vai consertar os desvios etc.
É por isto que sou favorável ao jornalismo investigativo, como faz - e muito bem - Giovani Grizotti, da RBS nas vezes que se propôs a ir em busca da verdade dos fatos. Essa do DAER ninguém esperava. É como diz a colunista de ZH: “Grizoti desvendou a indústria dos laudos falsos de vistoria e colocou em xeque a existência do Daer”. Daí porque a pergunta: Para que serve o DAER?
No episódio CPI dos Pedágios já ficou demonstrado que há falhas gritantes no setor. A sua competência de construir e conservar estradas, promover concessões e fiscalizar já não é mais como antigamente. Depois que o DAER começou a terceirizar serviços virou numa &¨%$%#! Nem máquina possui mais!
Aos poucos, foi se auto desestruturando, “mas manteve uma máquina inchada e nem assim dá conta das tarefas que lhe restaram”. Sabe você o que representa uma vistoria mal feita em um ônibus, por exemplo? Pode ocasionar um acidente e levar a morte dezenas de pessoas! Quem sabe lá quantos já não ocorreram.
Mas, a resposta a crítica feita não tardou e o próprio presidente da autarquia, Gilbeto Cunha veio a público nos jornais para dizer que “o DAER serve, e serve muito”. No curto esclarecimento ele relata o número em quilômetros, de responsabilidade do órgão, pontes, viadutos, fiscalização de contratos de concessão (Pedágios) e fiscalização do transporte intermunicipal de passageiros.
No mesmo esclarecimento o presidente salienta que “o Daer nada pode fazer se um engenheiro resolve vender laudos falsos”. Aí é que passei a não entender o papel da autarquia. Se o DAER nada pode fazer; não constrói mais estrada como antigamente; fiscaliza mal as concessões (ou até nem fiscaliza); não recupera estrada; pra que serve então?
A falta de fiscalização em rodoviárias do interior do estado é tão gritante que só viajando para ver o abandono e a falta de higiene e conforto para os passageiros.
Com os dois mil funcionários que o DAER possui bem que poderia fazer um melhor trabalho, ou que o governo pensasse em extingui-lo já que sua participação na estrutura – pelo serviço que presta – não tem mais a necessidade de existir. Seria uma bela economia para o Estado e para o contribuinte. Convenhamos, para fiscalizar – e mal – é melhor terceirizar, também, essa tarefa. A final, pra que serve o DAER?
(24.03.2008)
Fonte: Francisco Basso Dias - ClicErechim

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